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Lula abre Cúpula de Líderes em Belém com apelo pelo fim do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis

  • Soteropolitano Notícias
  • há 11 minutos
  • 3 min de leitura
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Foto: Ricardo Stuckert / PR


O debate público mundial precisa ter como ponto central o enfrentamento às mudanças climáticas, e essa preocupação precisa nortear as decisões não somente dos governos, mas também de empresas e pessoas.

 

Esse foi um dos pontos-chave colocados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na abertura da Cúpula de Líderes, em Belém, nesta quinta-feira (6). A Cúpula reúne chefes de Estado e de governo de mais de 50 países por dois dias para discutir ações climáticas globais, em um evento preparatório para a COP30, que começará na próxima segunda (10) na capital paraense. 

 

A reunião de líderes mundiais tem o objetivo de apresentar as intenções dos chefes de Estado e de governo sobre o combate às mudanças climáticas e o financiamento da adaptação verde. Estão previstos discursos de mais de 130 autoridades, além de entidades multilaterais, como o Banco Mundial e a Agência Internacional de Energia.

 

Entre as autoridades que estão participando da Cúpula dos Líderes está o príncipe William, herdeiro do trono britânico. Também estão presentes diversos líderes europeus, como o presidente da França, Emmanuel Macron, os premiês da Alemanha, Friedrich Merz, e do Reino Unido, Keir Starmer, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do secretário-geral da ONU, António Guterres.

 

No seu pronunciamento, o presidente Lula criticou dois “descompassos” que, segundo ele, têm afetado o enfrentamento à urgência da crise ambiental. O primeiro diz respeito aos debates sobre mudanças climáticas e o que as pessoas enfrentam no dia a dia. O segundo, de acordo com Lula, consiste no extremismo, nas fake news e nas guerras.

 

“O segundo descompasso é o descasamento entre contexto geopolítico e a urgência climática. Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais e aprisionar as gerações futuras a um modelo ultrapassado. Rivalidade estratégicas e conflitos armados desviam atenção e drenam recursos”, afirmou.

 

Lula abriu sua fala lembrando da Rio 92, a primeira grande conferência ambiental mundial, realizada durante o governo do presidente Fernando Collor.

 

“Passados mais de 30 anos da cúpula da terra no Rio de Janeiro, a comissão do clima regressa ao país onde nasceu”, disse Lula ao iniciar o discurso no evento.

 

“Pela primeira vez, uma COP do clima terá lugar no coração da Amazônia. Não há símbolo maior da causa ambiental do que a floresta amazônica”, afirmou.

 

Lula também criticou o que chamou de “descompasso” entre os debates sobre mudanças climáticas e o que as pessoas enfrentam no dia a dia.

 

“Para avançar, será preciso superar dois descompassos. O primeiro é a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real. As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas médias de carbono, mas sentem a poluição. Podem não compreender o que são sumidouros de carbono, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos”, declarou o presidente.

 

Em seu discurso, ele defendeu também a superação da dependência dos combustíveis fósseis e a reversão do desmatamento da amazônia. O brasileiro disse ser necessário "se afastar dos combustíveis fósseis".

 

"Apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapa do caminho para reverter desmatamento e superar dependência dos combustíveis fósseis", disse Lula.

 

Outro ponto abordado no discurso foi o complexo cenário geopolítico atual, marcado pela crescente disputa entre China e Estados Unidos, a Guerra da Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza. 

"Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam atenção de recursos que deviam ser destinados para o enfrentamento do aquecimento global. Enquanto isso, a janela de oportunidades está se fechando", colocou o presidente brasileiro.

 

O discurso de Lula foi antecedido por uma apresentação do Arraial da Pavulagem, um grupo que toma as ruas da cidade em junho, e também se apresenta no Círio de Nazaré, em outubro.

 

Logo depois da abertura oficial da Cúpula do Clima, o presidente Lula tem uma reunião bilateral com o príncipe William e com o primeiro-ministro do Reuno Unido, Keir Starmer. 

 

Após um almoço dos líderes, em que será debatido o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, Lula terá uma reunião bilateral no começo da tarde com o presidente da França, Emmanuel Macron. 

 
 
 

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