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Após massacre no Rio, Iniciativa Negra reforça urgência no enfrentamento à letalidade policial na Bahia

  • Soteropolitano Notícias
  • há 7 dias
  • 2 min de leitura
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Durante a audiência pública realizada nesta quarta-feira (29) na Assembleia Legislativa da Bahia, o co-fundador da Organização Iniciativa Negra e especialista em segurança pública, Dudu Ribeiro, destacou a urgência de enfrentar a letalidade policial no estado. O encontro discutiu o Projeto de Lei nº 25.771/2025, que propõe responsabilizar o Estado da Bahia por garantir reparação e assistência às vítimas de intervenções policiais.


A fala ocorreu um dia depois de um dos episódios mais graves de violência estatal dos últimos anos. A megaoperação policial no Rio de Janeiro deixou ao menos 130 pessoas mortas nos complexos da Penha e do Alemão, segundo a Defensoria Pública do estado. Dudu Ribeiro, que integra o Observatório de Segurança Pública da Bahia, ressaltou que a tragédia evidencia um padrão de atuação que precisa ser interrompido. “Vivemos uma lógica que trata as mortes de pessoas negras como mero ‘efeito colateral’ das operações policiais em territórios periféricos. Precisamos romper com essa concepção”, afirmou. Para Dudu Ribeiro, o episódio no Rio expõe de forma trágica como a letalidade policial se concentra nas periferias, transformando esses territórios em zonas de extermínio silencioso. “A maioria das vítimas são jovens negros, com baixo grau de escolaridade, moradores de locais marcados pela ausência de uma política de segurança pública que respeite a vida”, disse.


Na Bahia, os números reforçam a gravidade do cenário. Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que entre 2021 e 2024, 6.078 pessoas morreram em ações policiais. A maioria dos casos segue impune: apenas 23,4% dos inquéritos foram concluídos no último ano. Somente no primeiro semestre de 2025, já foram registradas 841 mortes, mais da metade do total de 2024. Do total de vítimas, 94% são negras e 41% têm entre 18 e 24 anos.


“Enquanto o Estado não estabelece mecanismos concretos de responsabilização, investigação independente e transparência, seguirá reafirmando a estrutura racista da gestão da vida nas periferias brasileiras”, alertou Dudu. Ele também destacou a falta de câmeras corporais nas regiões mais afetadas pelas operações policiais, como os complexos da Penha e do Alemão, o que compromete a transparência e a responsabilização dos agentes.


Durante a audiência, o diretor reafirmou o compromisso da Iniciativa Negra com a defesa das famílias atingidas pela violência e com a construção de políticas públicas pautadas na vida e nos direitos humanos. “É necessário mais do que metas tímidas. É preciso rigor, acompanhamento social, transparência e investimento real na estrutura técnica de investigação. Caso contrário, o plano de redução da letalidade corre o risco de ser apenas uma carta de intenções”, afirmou.


Assessoria de Imprensa T & M Comunicação

Contatos: Tamirys Machado 71 992298187 / Luar Montes 71 992029458

 
 
 

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